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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Festa temática Caminho das Indias

Ontem, aconteceu em Porto Alegre uma festa temática Visões do Oriente e Caminho das Indias.
Tive a oportunidade de me apresentar com uma coreografia no primeiro bloco e outra no segundo. Teve de tudo um pouco. Dança do Ventre, Tribal, Bollywood, Bharatanatyam e outras cositas. Fui a terceira a dançar em ambos os blocos, e senti as conseqüências disso. Me senti um mico leão dourado, isso que nem segui todo o protocolo de uma apresentação tradicional. Foi apenas algo para ilustrar, a taste of dança clássica. Optei por coreografias curtas, simples e mais alegres. Não teria a oportunidade de explicar o que estava dançando, então...sempre acho válido dar uma tradução da letra, explicar alguns gestos. Alguns poderiam dizer: "ah, mas arte não se explica" e eu até concordo, mas definitivamente no caso da dança clássica indiana, explicações enriquecem muito uma performance. E sinto que algumas pessoas saem pensando: é muito belo, mas gostaria de saber o que aqueles gestos e expressões faciais significam. Acabam apreciando somente pelo valor estético, e todo o conteúdo filosófico e espiritual se perde, justamente o mais importante. Pra mim, em primeiro vem o aprendizado, como quem conta uma história e aprende com ela, acredito que o(a) bailarino(a) enriquece sua vida interna e alimenta sua alma através do conteúdo dançado. A estética é importante, mas não o mais importante, não pra mim. Tanto é que insisto em dançar mesmo estando (ainda!) acima do meu peso. Acho sim, que minha performance seria melhor se tivesse alguns quilos a menos (qualquer gota de auto-estima nesta hora faz a diferença) mas sei que, na India, muitas artistas maravilhosas nem sempre tem corpo de miss, nem tão pouco estão na tenra idade. Então, novamente a cultura. As pessoas são mais respeitadas pelo que são, pela sua história de vida e seu conhecimento e não imediatamente pela aparência física. Não que na India não se dê importância a forma f'ísica, e se dá, acho que cada vez mais, mas lá muita gente ainda pensa no talento antes da beleza. Mas como um de meus gurus sempre diz: "É preciso um equilibrio, boa técnica, boa aparência e bom conteúdo". A mais pura verdade, a gente sempre tem que pensar que alguma coisa pode melhorar, nossa técnica, nossa aparência, nossa devoção. Achar que se está no topo, é pura ilusão.